Agora que se inicia o novo ano letivo pode ser útil para professores e alunos tomarem nota das novas profissões que estão em formação. É certo que o ensino não está preparado para enfrentar o que aí vem. Mas podia e devia estar. Destaco algumas, entre muitas outras.
Transicionistas. As rápidas mudanças provocadas pela evolução científica e tecnológica geram insegurança, medo e inadaptação. O transicionista, como o nome indica, é alguém que ajuda as pessoas a fazerem a transição. É mais do que um mero treinador ou professor, o seu papel não é ensinar a operar tecnologias, mas aquele que acompanha a pessoa na sua adaptação ao novo ambiente tecnológico.
Desativadores. As novas tecnologias são geralmente aniquiladoras das precedentes. Nas últimas décadas temos assistido ao encerramento de inúmeras indústrias de sucesso, recorde-se a Kodak com o aparecimento da fotografia digital, mas também ao desaparecimento de muitas profissões e capacidades, algumas bastante antigas. Este processo tem sido feito de forma brutal e catastrófica. O desativador é alguém que prevê o desaparecimento de uma determinada atividade e prepara a sua evolução de forma suave e programada.
Arquitetos de sistemas globais. Estamos a passar de um mundo fragmentado em nações e regiões para um mundo global. Muitos conflitos atuais, e também ineficiências, derivam dessa passagem. Veja-se o caso europeu. Este novo arquiteto é alguém que pensa e desenha o sistema à escala global, permitindo que a transição do nacional para o global se faça sem grandes atritos. É, em certa medida, um novo tipo de político.
Simuladores. O desenvolvimento de novas tecnologias é frequentemente feito através de simulações. São já comuns na ciência, mas em vários outros campos ainda não existem sobretudo porque há poucos designers das próprias simulações. O papel dos simuladores é por isso o de conceber a simulação conforme os objetivos a que se destinam.
Arquitetos de Realidade Aumentada. A integração de elementos virtuais e reais é um campo em franco desenvolvimento e está a gerar novos planos de observação e interação. Estes ambientes que, para já ainda se limitam a algumas apps e jogos, irão em breve fazer parte do nosso quotidiano. Têm por isso de ser pensados e desenhados de forma mais integrada e profissional.
Agricultores urbanos. A nova agricultura hidropónica, ou seja, sem terra, assim como a criação de quintas verticais ou nos telhados dos edifícios, precisa de um novo tipo de agricultor que deverá mais à engenharia e à química do que à tradicional lavoura.
Cozinheiros 3D. A possibilidade de se usar a tecnologia de impressão 3D em alimentos já existe para bolos e enfeites, mas irá tornar-se numa forma comum de conceber e “cozinhar” pratos. Depois dos chefes gourmet, vem aí o chefe 3D.
Banqueiros de dinheiro virtual. A crise do capitalismo financeiro conduziu à criação de dinheiro virtual, também chamado criptomoeda ou digital, de que o bitcoin foi pioneiro e é o mais conhecido. Existem hoje em circulação cerca de 16 milhões de bitcoins com um valor de câmbio atual de 540€ cada. Trata-se de um sistema descentralizado não regulado por qualquer entidade bancária. Mas irão certamente surgir banqueiros e corretores para a nova moeda.
Treinadores de robôs. A evolução da robótica, na linha da sua autonomia, crescente inteligência e capacidades, donde a de aprenderem, vai precisar de uma nova profissão que ajude os robôs a melhorarem o seu comportamento no mundo real.
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